quarta-feira, 10 de novembro de 2010


Minhas lentes embaçadas ja não me permitem ver muito longe, literalmente.

Talvez...


Talvez eu venha a envelhecer rápido demais, mas lutarei para que cada dia tenha valido a pena.
Talvez eu sofra inúmeras desilusões, mas farei que elas percam a importância
diante dos gestos de amor que encontrei.
Talvez eu não tenha forças para realizar todos os meus ideais, mas jamais irei me considerar um derrotado.
Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda, mas não ficarei por muito tempo
olhando para o chão.
Talvez um dia o sol deixe de brilhar então, irei me banhar na chuva.
Talvez um dia eu sofra alguma injustiça mas jamais irei assumir o papel de vítima.
Talvez eu tenha que enfrentar alguns inimigos, mas terei humildade para aceitar
as mãos que se estenderão em minha direção.
Talvez eu seja enganado inúmeras vezes, mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança.
Talvez com o tempo eu perceba que cometi grandes erros mas não desistirei de continuar trilhando meu caminho.
Talvez com o decorrer dos anos eu perca grandes amizades, mas irei aprender que aqueles que realmente são meus verdadeiros amigos nunca estarão perdidos.
Talvez eu fique triste ao concluir que não consigo seguir o ritmo da música, mas então, farei que a música siga o compasso dos meus passos.
Talvez eu não consiga mais enxergar um arco-íris, mas aprenderei a desenhar um, nem que seja dentro do meu coração.
Talvez hoje eu me sinta fraco, mas amanhã irei recomeçar, nem que seja de uma maneira diferente.
Talvez eu não aprenda todas as lições necessárias, mas terei a consciência que
os verdadeiros ensinamentos já estão gravados em minha alma.
Talvez eu não tenha motivos para grandes comemorações, mas não deixarei de me alegrar com as pequenas conquistas.
Talvez eu não seja exatamentequem gostaria de ser, mas passarei a admirar quem sou.
Porque no final saberei que, mesmo com incontáveis dúvidas, eu sou capaz de construir uma vida melhor.
E, se ainda não me convenci disso, é porque como diz aquele ditado:
"Ainda não chegou o fim“.
Porque no final, não haverá nenhum "talvez",mas a certeza de que a minha vida
valeu a pena e eu fiz o melhor que podia.
A.O.

Um dia a lágrima disse ao sorriso: invejo-te porque vives sempre feliz.
O sorriso respondeu: ingana-te pois muitas vezes sou apenas o disfarce de tua dor

sábado, 6 de novembro de 2010

Eu ainda acredito nas pessoas. Por mais que eu tente as odiar... eu as amo. Ainda que seja em vão, mesmo eu pagando caro por isso. Acredito que ainda existem pessoas boas que pensam no próximo, que não sentem inveja. Acredito naquelas que não conseguem humilhar outras pessoas. Eu gosto de quem sofre, de quem pensa. Acredito naqueles que também acreditam. Naquelas que choram e parecem ser fracas. Gosto da antiga fidelidade, da amizade. Gosto daqueles que erram mais do que acertam, pois é sinal de que tentaram mais. Acredito que ainda exista quem não julgue sexualidade, cor, beleza. O ser humano me surpreende, tanta inteligência porem com tanta forma errada de usar. Mesmo sofrendo, passando por falsidade, inveja e mentiras... Rezo para que o tempo seja o meu melhor remédio e que essas pessoas que me fizeram mal, sejam felizes.
Ainda creio que isso tudo não seja impossível e sei que não vou me arrepender de crer.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Precisei chegar no mais fundo de um buraco imenso de incertezas pra notar ao longe como minha vida realmente era. Fiz o que eu possivelmente não faria no passado, cheguei no meu limite. Fiz coisas das quais eu disse que nunca faria. E foi espontaneo, não me forcei a nada... Deixei que o tempo fizesse esse trabalho e sabia do que se tratava, continuei esse jogo de ver a novela da minha vida. Diminui todos os meus valores, corri riscos, mas aprendi o quanto minha vida era melhor e voltei a te-la.As vezes estamos tão pertos das coisas que não conseguimos enxerga-las.


Já não dá para sentir nada, o local ficou adormecido. Foi tão apedrejado que já não sente dor. Bate num ritmo compassado. Tenso. Latente. Que grita por socorro, não mais bate... Insano, sem luz. Caminha num corpo sem rumo, em direção ao infinito. Infelizmente os bons sofrem, anjos de asas quebradas... Posso senti-las pesadas, me puxando ao chão.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma carta, meu ex amigo.



Depois de anos, ainda me resta à saudade. Saudade do vazio que via em teus olhos. Saudade da sua frieza. Do seu jeito desconcertante, sua aparência de pessoa segura e inteligente. Saudade de ver você na próxima manhã. Saudade das suas mentiras proferidas, daria uma parte de mim só pra ouvi-las novamente. Pessoa de razão. Saudade de como eu me sentia ao seu lado. Saudade de como você me fazia me perder em você. Os raros sorrisos que soltava ao falar comigo. Saudade dos teus braços, suas mãos que bagunçava meus cabelos. Saudade dos teus cabelos... Que apareciam entre meus dedos a cada vez que brincávamos. Saudade de te admirar, te ter como exemplo. Saudade da sua voz, que me deixava muda. Sua maneira de achar que tudo poderia ser resolvido por você. Que saudade eu tenho de você! Saudade do teu nervoso que te deixava se enrolar nas palavras. Saudade de ver você rasgar uma carta, a minha carta. Grande falta me faz seu orgulho, saudade dos teus defeitos também. Meu amigo, saudade de voltar no tempo que te deixei ir embora e não te deixar mais. Menino das asas de cera, desejo que as suas nunca derretam. Espero te ver um dia, e quero te ver muito bem e te perdôo por me abandonar também.